quarta-feira, 29 de junho de 2011

                                              "Quem luta educa”


                                    Texto de Geni Nogueira                     28/06/2011

Dois anos seguidos, 2010- 2011, acontece a paralização das aulas na Rede Estadual de Ensino do Estado de Minas Gerais, e o sentimento é de pesar por estar novamente em greve porque deixam muitos alunos sem aulas.

O motivo é o de sempre, a questão salarial, o direito a ter um salário digno, e agora a reivindicação é a aplicação do piso nacional de educação, que o governo do Estado não quer atender a esse direito.

O conselho geral dos representantes das subsedes se reuniu pela manhã deste dia já que a assembléia acontece às 14 horas. É um momento de reflexões dos conselheiros de todo o estado, e as propostas sairão deste encontro e  serão apresentadas aos colegas presentes na assembléia que  decidirão democraticamente através do voto o rumo do movimento.

Este fato,  a greve,  tem acontecido muito frequentemente, mas fazer o quê! Interessante que as bandeiras políticas nas campanhas eleitorais é a educação, mas quando estão no poder a estória se repete, continua o mesmo desrespeito aos professores melhor dizendo à não valorização de toda categoria que trabalha com educação.

Uma representante do CNTE (Conselho Nacional dos trabalhadores na Educação) disse que estão planejando no segundo semestre fazer atividades de mobilização para que seja implementada a aplicação do piso Nacional da Educação em todo país.. Agora é lei o piso, mas tem que ser colocado em prática. “A esperança está na educação”
Também  no Estado estão em greve os funcionários do Ipsemg, os policiais civis, os professores e trabalhadores na educação. Falando assim parece que estão politicamente acreditando na força que tem, é clássica a frase “a união faz a força”, mas não é essa a realidade. A porcentagem de adesão à luta poderia ser melhor.

Quando se esgota as perspectiva de negociação salarial, a mobilização da categoria vem pressionar o respeito às reivindicações salariais principalmente, e com certeza elas são justas. O governo aproveita a divisão dos vários segmentos em greve, para ameaçar. No caso das Escolas, os designados, os efetivos os efetivados, são testados no medo, no entanto a categoria deve mostrar força procurando fazer atividades de repercussão até mesmo nacional. O desgaste político é um caminho que incomoda o poder.

As categorias têm clareza do que querem e o governo fica respondendo, com a estratégia de adiar as negociações para vencer pelo cansaço. Os grevistas por seu lado devem construir atividades usando muita criatividade para ganhar e não perder o apoio da população.

Um aspecto muito importante dos movimentos de greve é a honestidade dos dirigentes, já que o objetivo é nobre e não devem dar motivos para desconfianças, e não pode faltar coerência. Partilhar avaliações, decisões, negociações, é um compromisso dos dirigentes com a categoria, para ter sucesso do começo ao fim.

A quantidade de quem participa da greve é uma amostra da politização, mas se não puder ter um bom número na luta, então que os que participam sejam de qualidade, afinal são eles(as) que fazem a diferença e o certo é que “quem luta educa”.

Nenhum comentário: