terça-feira, 9 de agosto de 2011

                                              
                   Quem luta educa - 1


Texto de Geni Nogueira - 4/08/2011



Sabemos que a prática é melhor que a pregação, principalmente quando se quer educar. Surpreendentemente os professores da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais estão dando continuidade à sua luta por uma política salarial que seja mais digna do que a que o governador Anastásia quer para nós. Em sua política de choque de gestão faz um arrocho salarial ao implantar a opção do subsídio salarial que é um salário de fachada, em curto prazo parece sedutora, mas irá engessar ainda mais a nossa carreira salarial. Deixaremos de ter algumas poucas vantagens que o tempo nos concedeu, e não permitirá a aplicação do piso salarial da categoria que já é lei, mas que deu brecha para as más intenções do governador de dizer que a carga horária é de 40 horas e não 24 horas como está sendo na prática a realidade de aulas de um professor(a).

Estou aposentando até o final do ano, digo que sou uma privilegiada em sair da profissão sem as seqüelas que são normais, ou seja, problema na voz, com um stress natural do desgaste com alunos, isto em parte por ter esta carga horária que temos, mas afirmo que é um abuso querer mais de um professor(a). 40 horas semanais será ainda mais uma profissão de risco, garanto que nenhum profissional terá saúde para exercer bem a sua função e ao final da carreira está comprometidamente doente.

Estamos em uma greve pelo piso, mas nunca com a carga horária de 40 horas semanais. 50% de Escolas em todo o Estado estão paralisadas, teve pouco refluxo, mas ao mesmo tempo tem acontecido adesões importantes. Cada professor(a) tem o poder de escolha, ou engole sua indignação ou unimos as forças com os colegas e mostramos a verdade, e o abuso do poder. A autoridade para administrar que o povo deu a este governador, não pode admitir que Minas tenha o pior salário de professores no Brasil. Leiam o Estado de Minas de 3/08/2011, pag 15, que esclarece, mostrando a verdade através de um contra cheque e não o desrespeito à verdade, noticiada em horário nobre na televisão.

Colega professor, aderir a uma greve é correr algum risco, como ter algum atraso de pagamento (mais uma vez é abuso do poder), repor aulas, mas nada justifica conformar com a situação, não ter esperança, não acreditar na força que tem.

O movimento tem que ficar mais forte ainda, temos que garantir conquistas e não recuar, afinal abaixar a cabeça é para quem quer ser perdedor na vida.

Estamos em uma oposição organizada e contra a política salarial que não nos interessa. Por fim afirmo: “é muito bom ser de luta”. Ficar ao lado de quem não conforma com a situação é melhor que aceitar esta injustiça do governo, e poder dizer eu lutei.

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