15 de outubro, comemorar o quê?
Texto de Geni Nogueira. 10/2011
Em 15 de outubro se fez homenagem ao professor(a), e é tempo de refletir sobre algumas questões. Quando encontramos um(a) jovem propenso à carreira de professor(a) em uma instituição pública de ensino, principalmente, logo aconselhamos a que pense bem antes de se decidir. Será porque isto acontece? Porque não valorizamos a profissão de professor(a)?
O sistema de ensino das redes estaduais e municipais tem feito investimentos reais? Tem gasto a verba correta na educação com a porcentagem que é determinada como obrigatória?
Com certeza o gasto em educação deveria ser com o profissional em primeiro lugar já que o elemento humano é o mais importante. Salário justo e condições de trabalho faria toda a diferença.
A jornada dupla de um professor(a) não é saudável, alguns saindo de uma escola para outra, para ter uma remuneração que permita viver da profissão, o certo é que a sobrecarga na função o adoece mais facilmente, afinal é uma profissão que tem como matéria prima ser humano e suas emoções, e portanto desgastante. É bom lembrar do pouco tempo e condições do professor que acaba não tendo a devida preparação para a disciplina a ensinar.
Ter uma carreira com remuneração justa, é mais que necessário para atrair jovens sem que precise ter o perfil guerreiro como tem acontecido com os que sempre lutam para fazer valer seus direitos. É um privilégio trabalhar no que gosta, dando aulas, e viver dignamente do seu salário.
Quanto a dinâmica de ser professor(a) está bem difícil! Salas de aula com numero superior ao ideal, principalmente porque os alunos precisam ser observados, orientados, avaliados e estimulados, no entanto com este número de alunos é impossível identificá-los como merecem.
O colega professor(a), com certeza, tem feito o que é possível no seu fazer em sala de aula, utilizando vários recursos para dinamizar suas aulas, para a evolução natural do conhecimento, mas percebemos pouco comprometimento, desinteresse por parte deles, como resultado nossos alunos em grande maioria estão com um nível a desejar, quando da compreensão da leitura, alguns tecnicamente analfabetos, mesmo saindo do ensino fundamental e até do ensino médio.
É polêmico na educação a aprovação automática, a solução seria retê-los? Os alunos já vem de uma historia de ensino aprendendo pouquíssimo, por uma serie de razões, uma delas é a escola que não trata os interesses e competências dos alunos, mas que eles sejam responsáveis e venham para a Escola com o objetivo maior de adquirir conhecimento, e dê condições de trabalho ao professor.
A idéia de que pessoas mal informadas, sem cultura são mais facilmente enganados(as), é uma prática que está comprovada em nosso país, assim os currais eleitorais permaneceram por muitos anos, com os mesmos políticos, as mesmas famílias perpetuando-se no poder em eleições "democráticas". Com certeza as falhas na educação contribuem para a manutenção desse quadro, porque é também na instituição escola que se forma jovens pensadores que na sociedade exercerão a cidadania consciente.
Feliz ou infelizmente, é ainda na instituição escola a esperança no futuro, e mesmo que a tecnologia ocupe cada vez mais espaço na arte de informar, é com a humana sensibilidade de um professor(a) que se educa para a vida. Nestas reflexões do dia do professor(a) e suas condições de trabalho, e a árdua tarefa de formar pensadores e educar emoções, que os resistentes professores(as) conscientes de sua responsabilidade, esperam o reconhecimento e a valorização.
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