texto de Geni Nogueira enviado para o Coronel Picinini que foi eleito vereador com a propaganda "Segurança em primeiro lugar" -
Diariamente assistimos, ouvimos
notícias de prisões por diversos motivos, e teremos que construir cada vez mais
cadeias, porque sabemos que as prisões são sempre bem justificadas, porque para
se viver bem em liberdade deve ser tirado de circulação pessoas com práticas do
mal para que os outros tenham direito a viver tranquilo em sua liberdade. No
entanto conjugado à prisão deve-se ocupar a mente do prisioneiro(a), porque as
ações recebem o aval do caráter e melhorar o ser é proporcionar oportunidade
até mesmo dentro do sistema prisional de prática com exercício do bem, sendo de
alguma forma produtivo, é um investimento com certeza de esperança.
Existem mentes doentias
sim, psicopatas, cujo investimento não é de esperança, mas felizmente é uma
parcela pequena frente aos seres humanos que em maior número são recuperáveis e que podem voltar ao
convívio da sociedade com dignidade. O que não podemos ficar é gastando sem
retorno em prisões cada vez mais caras, desacreditando que os seres humanos ali
temporariamente castigados, não têm recuperação. Ter esperança é ter fé no ser
humano e acreditar que ainda podem voltar a serem ressocializados e moralmente dignos de consideração enquanto
pessoa. Quanto às exceções, serão facilmente reconhecidas, mas a regra é que o
ser humano tem natureza boa e pode ter boas práticas, e com certeza
resgatados(as) para o bem.
Assim como a
Instituição Escola precisa sempre ser repensada, o sistema prisional também e
dentre as questões é bom falar sobre a reinserção na sociedade do ser
humano, que cumpriu sua pena e tem o direito de viver com dignidade novamente
na sociedade. A melhor maneira de começar a preparar a pessoa
privada de sua liberdade, para uma nova vida é garantir trabalho e
escolarização dentro da prisão. Reformular o sistema prisional é reconhecer o Trabalho
e educação como necessidade para o processo de mudança. Bom seria ter uma
política pública tratando do trabalho e educação prisional. .
A
pessoa que cometeu falta grave e depois de cerceada a sua liberdade tem
necessidade de ser reajustado, tem que
acreditar que existem novos caminhos, tem que ter esperança e não sentir-se
desprezado pela sociedade, porque coisas
erradas novamente não devem fazer parte do seu projeto de vida.
Trabalho sempre foi um instrumento
de ressocialização e associado a elevação da escolaridade só pode dar certo. Fora dos muros da prisão o ser humano tem que
estar confiante, sem medo e ter esperança, mas para percorrer novos
caminhos precisa de ajuda e é bom que essa ajuda tenha se iniciado na prisão.
Liberdade é o
bem maior do ser humano, e se foi temporariamente tirado que lhe seja dado, a
oportunidade de recomeçar depois do cumprimento da pena e que este passado não
amedronte novamente a sociedade. Depois de sair da cadeia não deveria encontrar
apenas barreiras com o estigma de ex detento, porque acredito que muitos(as) deles(as) desejam trabalhar e ter vida normal como antes da
detenção. Preconceito
também é uma prisão e, portanto para fazer a reintegração alguém tem que voltar
a acreditar nele (a), resgatar a cidadania e ser inserido na sociedade faz
parte dos direitos humanos. Precisa recuperar a vida depois de uma vida de
sofrimento.
O que dificulta é continuar
desacreditado (a) e desprezado pela sociedade, é não oportunizar a quem teve
cumprimento da pena, com chances de ganhar a vida com seu trabalho, já que é
correta a frase popular “o trabalho dignifica o ser humano”.
Por fim diria que a reflexão acima tem
apenas como objetivo a sugestão de que como
todos sabem o sistema prisional precisa
ser repensado, já que a sociedade paga caro para manter o modelo
que esta predominando, mas que não tem garantia nenhuma de melhoria e tranquilidade quando a
pessoa que estava privada de sua liberdade volta ao convívio social. Seria bom
não temer fazer essas mudanças.
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