Greve dos Professores em Minas Gerais

Governo de pensamento burguês



Texto de Geni Nogueira - 19/08/2011



Inicio uma reflexão sobre a historia da tomada do poder na França pela classe burguesa em 1789 com o lema: “liberdade igualdade e fraternidade” mas sabemos que o fim não foi bem assim, depois que a burguesia assume o poder o povo percebeu que sua participação na luta não trouxe a mudança esperada. No entanto a revolução francesa espalhou sua semente da busca de justiça por todos os paises. No Brasil a Inconfidência Mineira teve seu momento de esperança mas foi interrompido e deu no que deu, morte do Inconfidente Tiradentes.

O que me levou a escrever sobre o pensamento burguês, foi justamente porque hoje estando com colegas na porta de uma Escola no bairro Caiçara para impedir através do convencimento a inscrição para substituir professores em greve, o pai de alunos cursando o ensino médio nesta Escola e que lá estava para ter notícias do retorno às aulas, fez comentários de apoio à nossa greve inclusive bem politizado “este governador é realmente de pensamento burguês”.

Definir um governo de pensamento burguês é quando o governante se coloca em um patamar superior em todos os sentidos, distanciando ou mesmo agindo de forma arrogante, provado em suas ações. Esquece ele que todos somos iguais com as mesmas necessidades. Ao invés de usar do pacote de maldades contra a categoria, ele deveria é abrir negociação com os professores porque não é possível ter uma Educação de qualidade sem ter a valorização dos(as) professores(as). Não é coerente fazer propaganda da educação no Estado e deixar de ter um profissional satisfeito com seu salário, afinal como diz a letra cantada na música:

Na sala de aula é que se forma o cidadão, na sala de aula é que se muda uma nação.

Na sala de aula não tem idade nem cor, por isso respeite o professor.

Professores, protetoras das crianças do meu país, eu queria um discurso mais feliz.

Batem palmas para eles, batem palmas para eles, porque eles merecem.

Os professores querem escrever sua própria história de valorização com esta greve porque já percebeu que o pensamento burguês do governo está esperando sim que a educação faça a revolução em nosso estado, mas não querem dividir com eles os lucros. Querem que os professores fiquem conformados com uma política salarial do subsídio que em nada nos valoriza, tirando o direito de termos um piso salarial que é a política salarial que precisamos, e seria então o começo do reconhecimento da importância dos professores. Como diz o papa, a Economia está faltando com a Ética. Não é possível que o estado descumpra a lei de gasto real com a educação. A proposta do subsídio é um engano e o nosso sindicato está ensinando não ser vantajoso em nada para a categoria. Eles que pensam que sabem de tudo precisam saber que não nos interessa esta política salarial.

O espírito da revolução francesa está vivo em todos nós, “justiça social”. Quem foi eleito para fazer a vontade do povo deve ter esta sensibilidade e fazer uma negociação digna com a categoria é o que todos estão esperando para por fim ao impasse e nunca esta substituição de professores não qualificados para ocupar a vaga de professores em sua justa luta.

Atualmente sobreviver com o salário de professor é ficar amedrontado(a) com as poucas possibilidades de cobrir as necessidades.

Pode ser uma profecia, mas os professores terão de ser assistidos nos projetos do governo federal contra a pobreza a continuar como quer o governo de Minas

Nos professores somos agentes de mudanças e queremos sim participar da revolução cultural deste Estado, mas sendo respeitados(as) e com salário digno.