sexta-feira, 3 de junho de 2011

 Eis a questão como escolher?


Texto de Geni Nogueira - 3/06/2011.

Depois de acolher a pretinha e seus 5 cachorrinhos que já estão com 35 dias, já é hora de fazer a adoção. Por ser tão bonitinhos está fácil encontrar doadores, o problema é escolher a quem entregá-los. Eis a questão como escolher?

O açougueiro que já conheço a esposa compraram uma casa e quer uma cachorra fêmea e srd (sem raça definida), vulgo vira lata. Que sorte! A mãezinha está neste perfil, gostou também dos filhotes e vai levá-la juntamente com um cachorrinho. Esta adoção eu nem questionei, Além de ter açougue,  são realmente pessoas de vida organizada, e parecem ser afetuosos.

Encontrei com uma amiga, e ao contar sobre os cachorrinhos para adoção, ela que mora numa cobertura logo interessou em ficar com um deles. Aí eu questiono, agora estão encantadores, mas irão crescer. Serão cachorros tranqüilos? o latido não incomodará? Todos na casa trabalham e ficam fora o dia todo e aí? Ração acredito não faltará, mas o espaço da cobertura mesmo sendo bom, fica isolado de tudo e todos. Estou em dúvida.

Outro interessado, o pedreiro que está trabalhando ao lado da minha casa, ouvindo os latidos pediu um deles. Aproveito para falar um pouco da rotina pesada desses trabalhadores. Estão demolindo parte da casa e nivelando um piso. Passam o dia com os carrinhos de entulho cheios. É uma rotinha stress ante, difícil avaliar o cansaço desses senhores. A condição física deles expressa o mal trato com o corpo, a começar pelo sorriso que tem o vazio de dentes, e os que restam estão a olhos vistos estragados. As mãos grossas de calos, trabalham com roupas totalmente inapropriadas, que não oferecem proteção ao corpo. O horário de trabalho pela pesada tarefa chega a ser desumano. Tenho quase certeza que a alimentação desses homens é fraca pela força que tem que fazer o dia todo. Sou testemunha dessas rotinha quase escravista, mesmo que tenham um razoável salário, este trabalho repetitivo é muito triste de se ver.

Esta rápida descrição desses trabalhadores é muito comum em todas as obras de construções. Imagino como era antigamente! Isto porque atualmente existem máquinas que ajudam muito, mas mesmo assim castigam muito o corpo para ganhar o seu sustento.

O certo é que este pedreiro é uma pessoa pobre, mas o animal não precisa mais que o básico para ser feliz. Não importa que seu dono seja rico, ou seja, pobre o que ele quer é que o trate bem. Mesmo assim stou também em dúvida. Quero saber mais sobre ele.

Já presencie rica casa com canil para seu animal, que dizem ser de estimação, mas por comodismo não o soltam, afinal ele suja o quintal, apenas quando viajam é que ele cumpri a tarefa de guardião da casa e assim é permitido sair do canil. É daquelas pessoas, que ganham a vida fácil, em contraste com a do pedreiro. Tem muitas propriedades e vivem praticamente de investimentos. No sistema é o da linha capitalista selvagem, dinheiro rende mais dinheiro. Pessoas assim eu nem corro risco de fazer adoção, porque a liberdade é o primeiro quesito para ser feliz, e é bíblico lembrar “onde está o seu coração aí está o seu tesouro”.

Na vida tem de tudo e por ser um mistério nossa existência, entendê-la não é possível. Porque tanta desigualdade? Porque tantos desequilíbrios? Até os animais parecem ter sua sorte, mas procurarei entregar a vida deles para pessoas de bom coração. Tentarei fazer boas adoções. Eis a questão como escolher?

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