Meritocracia é a mudança?
Texto de Geni Gomes Nogueira – 02/02/2010
A matéria da revista veja na Escola Leon Renault, enaltece o sistema de avaliação dos profissionais como sendo uma maneira de estar dando certo o ensino nesta Escola. Não é esta a mudança que deveria acontecer na educação tenho certeza.
É bom dizer que direção quando está presente, quando “veste a camisa”, quando tem dedicação quase total, claro que faz a diferença, ainda mais quando tem o espírito empreendedor muito comum nas iniciativas privadas, motivo para sucesso. É este o perfil da nossa colega Maria de Lourdes Fassy, e que ela mesma faz o depoimento se coloca como chefe que adota esta prática de gerenciamento, no entanto tenho certeza que se a Escola não tivesse um corpo docente competente e mesmo vocacionado para a profissão o resultado não estaria dando certo, não seria positivo.
Em resumo, quando o grupo de professores trabalha responsavelmente, e com uma direção que dá todo o suporte, claro! Tem um bom resultado. No entanto, quando uma das partes deixa a desejar não dá certo. O que aconteceu na Escola Leon Renault é esta união de forças, digo, o conjunto da direção que administra bem e o competente conjunto de professores, assim como os demais trabalhadores da Escola.
Não é possível no entanto a gente ver acontecer uma propaganda em revista de divulgação mais que nacional, louvando uma prática totalmente indesejada por quem trabalha principalmente em Educação e aceitar normalmente como sendo o caminho para o sucesso. A receita de estar dando bons resultados. Não! Este recurso do mérito do professor é tão sem propósito que pessoas que objetivam mudar para melhor o ensino nunca deveria aceitar como medida.
Tenho certeza que ninguém trabalha diferente apenas porque recebe o tal 14 salários a partir da avaliação do profissional, mas queremos é um salário que permitisse viver com dignidade. Esta forma de medir resultado parece que vem justificar o baixo salário pago pelo Estado de Minas Gerais, e divide a categoria além de outras questões que envolvem uma avaliação, já que satisfaz alguns e uma grande maioria tem que aceitar esta injustiça.
É injustificável também que por melhor resultado que der um contratado no ensino, ele não recebe o tal mérito “salário”. Estou indignada por ser esta a escolha de mudanças que a Escola que eu trabalho desde 1993 faz propaganda como forma de ter bons resultados, e ter encontrado apoiadores para tal método.
Pelo visto estou em fins de carreira e perdendo a esperança de que aconteça uma revolução educacional que mude realmente os rumos da educação haja visto que este ano o número de alunos continua sendo não menos que 38 alunos em cada sala de aula que leciono e esta sim seria uma mudança substancial já que cada aluno quer ter um acompanhamento mais individualizado em sua aprendizagem, e claro! O resultado seria muito bom.
Por fim digo que a história tem mostrado que quando a revolução não se faz de cima, atitude tomada por quem está no poder, mesmo assim ela virá, apenas leva mais tempo. Se a Secretaria do Estado de Educação de Minas Gerais tem boas intenções, que faça mudanças agora, o investimento não pode ser apenas na estrutura física, mas também na humana, no pedagógico, tenho certeza que nem precisa fazer propaganda, o reconhecimento acontecerá naturalmente, será real.