domingo, 11 de outubro de 2009

O PRAZER DE SER PROFESSOR


Texto de Geni Gomes Nogueira –
Publicado no jornal informativo do Centro de Referência do professor SEE/MG



Não é preciso conhecer muitos professores para saber que eles amam o que fazem. Mas hoje, mais do que em qualquer outra época, temos visto professores que não encontram prazer na função que exercem. O que tem contribuído para que a ação de ensinar esteja se distanciando, a cada dia, do prazer? O que pode ser feito para afastar a sensação de que ensinar é um fardo?
Parece-nos acertado dizer que o grande desafio é a interação professor/aluno. Para sentir prazer em ensinar o que o aluno quer e precisa sabe r, o professor precisa de sua participação positiva e ativa.
O aluno é um ser complexo e, com sua indiferença ou indisciplina, quase sempre quer dizer, ou melhor, ensinar ao professor que a instituição escola tem que se abrir para o mundo, acompanhar a evolução dos tempos, e não apenas trina-lo para dar respostas certas. O aluno não quer o conhecimento em estado puro, ele o quer como algo atraente, que o instigue, que o estimule, que lhe traga satisfação. Buscar a participação dos alunos em sala de aula é condição para os professores se sentirem satisfeitos com o que fazem.
Sabemos que, quando a aprendizagem na escola tem como produto o fracasso, não podemos aceitar esse resultado. Precisamos então, buscar alternativas – suportes, como costumo dizer – para nosso trabalho. Quando procuramos conhecer a estrutura familiar do aluno e recorremos aos pais esperando sua contribuição, estes devem colaborar conosco. Quando apresentamos projetos capazes de auxiliar nosso trabalho, estes devem ser aceitos. Se houver conjugação de forças na ação educativa, o sentimento de derrota passa longe do professor. E o prazer de ser professor emerge.
É bem verdade que ação de educar é propriedade de todo ser humano, e não tem fim. A vida toda aprendemos com alguém alguma coisa. Mas o professor é, por excelência, aquele que ensina. para ele, mais que para os outros, vale a máxima: “quem ensina aprende, quem aprende também ensina”. Sabemos que passa pela escola a formação do novo cidadão, e esse será o responsável pela transformação da sociedade.
Temos consciência da importância de nosso papel e, por isso, temos a responsabilidade de buscar todos os recursos possíveis para reverter o fracasso de nossos alunos – e o nosso próprio - e para ajuda-los em sua auto-estima. Esse é um aspecto a que o professor deve estar sempre atento. Professores com baixa auto-estima são infelizes, e professores infelizes utilizam métodos destrutivos. Aqueles que são capazes de nutrir a auto-estima de outra pessoa proporcionam uma experiência de aceitação e respeito. Aí está uma lição de cidadania: a pessoa com auto-conceito positivo não é egoísta, mas solidária. O melhor presente que podemos dar a nossos alunos é nos negarmos a aceitar seu auto-conceito negativo.
Em 15 de outubro comemora-se o “dia do Professor”. Espero que, como eu, você não tenha se arrependido de ter escolhido esta profissão, mesmo que algumas vezes, a responsabilidade lhe dê a sensação de um fardo. É bem verdade que não temos a valorização que merecemos, no entanto aprendemos a exercitar a virtude da esperança. Queremos acreditar que um dia virá o reconhecimento. Fazer o que se ama e ser reconhecido, isso sim, é um prazer. Mas enquanto esse dia não chega, façamos o possível para não afastar de nós o prazer de ser professor.
Formulo aqui os meus desejos, esperando que os colegas professores concordem com eles. Poderia, sem pretensão, dizer que esta é minha receita para atingir um melhor resultado na nossa prática educativa.
- Que toda sala de aula tenha um número de alunos que permita ao professor observa-los, percebe-los, orienta-los, avalia-los e estimulá-los.
- Que o professor sinta prazer em estar na sala de aula e cumpra a tarefa a que se propôs, sentindo cada aluno como se fosse um filho.
- Que o ambiente da escola seja de amizade solidariedade, respeito e justiça.
- Que a escola tenha projetos para atender às necessidades no processo ensino-aprendizagem.
- Que os alunos sejam responsáveis, tenham curiosidade intelectual e dêem respaldo ao professor para desenvolver com eles um bom trabalho.
- Que a escola seja um “porto seguro” para os pais que têm esperança de que nela seus filhos também sejam educados.
- Que a escola cumpra também o seu papel social, sendo um espaço alegre, e que haja a cooperação de todos para o seu bom funcionamento.
- Que a escola seja uma Instituição valorizada, já que Educação é tudo e ensinar é um exercício de imortalidade.

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