sábado, 4 de julho de 2009

Este blog é uma oportunidade para colocar meus textos, principalmente da causa animal. Melhor dizendo em defesa dos reinos, animal, vegetal e mineral.
Estarei ausente por alguns dias, porque estando de férias, farei uma viagem.
Assim que retornar, devo continuar fazendo o que gosto, por exemplo, "escrevendo" e publicando para ser compartilhado.

Usando a Tecnologia

Texto de Geni Gomes Nogueira - 2009


“Cada ato da pessoa está migrando para a tecnologia”.

Na perspectiva do uso das tecnologias nas práticas educativas, está comprovado que não é mais um modismo como tantos outros que apresentaram como redenção do ensino, e sim a certeza que a Escola não pode ignorar que ela mudou profundamente a vida humana, e temos que fazer a inclusão no ensino urgentemente.
Na educação o recurso das novas tecnologias da informação pode ajudar a promover, o aperfeiçoamento do ensino e assim a relação educação e tecnologia está na ordem do dia.
A resistência de professores em se atualizar, não passa de uma incompreensão que as novas tecnologias mudou o perfil do educador e que a educação cada vez mais será inteirada e transformada pelas novas funções e uso dessas possibilidades.
Reconhecer e tirar partido deles, como meios destinados a facilitar o trabalho do educador, e incorporar como parte integrante do sistema teórico da educação, é saber acompanhar a evolução dos tempos e reconhecer a importância, sabendo com certeza que não tem retrocesso.
Sentimos muitas vezes incomodados por estar nossos alunos com as ofertas que a tecnologia os oferece, como por exemplo, o telefone celular de múltiplas funções, os aparelhos de som cada vez mais minúsculos, mas de grande potência. Por mais que seja proibido o uso no espaço de ensino, seria hipocrisia dizer que eles não nos ludibriam e o fato acontece.
Trava-se uma disputa, os aparelhos que os seduz e as nossas convencionais aulas com poucos recursos. Se quisermos ganhar, temos sim que nos adequar ao uso de todos os recursos possíveis tecnológicos, ou seja, levar para as aulas o que for possível, para conjugar o conteúdo a ser apresentado com o que tiver mais inovador de forma a fazer nossas aulas interessante e assim torna-los mais interessado, afinal é necessário tentar mudar o sentimento de indiferença dos nossos alunos.
O certo é que o(a) professor(a), tem que encarar suas dificuldades e não ter bloqueios , por exemplo, reconhecendo que é capaz de usar uma máquina digital, com todos os seus recursos, para registrar fatos, passar para o computador, projetar em um data show, conforme o conteúdo apresentado. Daqui para frente às inovações continuarão, e a Escola tem que se servir delas a seu favor.
“Os que ensinam também aprendem”, nossos alunos serão nossos auxiliares diretos, para por em funcionamento o que a nossa criatividade, achar possível nesta interação conteúdo teórico com a tecnologia.
Apresentar um conteúdo com recursos variados, é mais sedutor para quem quer aprender, e consequentemente para quem ensina, muito mais agradável.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Gostei da matéria lida através do blog "ecomeninas.blogspot.com ", está completa indo ao endereço que eu indico. São ações como esta que fazem a diferença.

Projeto Tamar


Ao visitar Florianópolis tive o prazer de conhecer a base do Projeto TAMAR em Santa Catarina. Fiquei tocada pelo Projeto, apesar de que já o conhecia, mas não tinha noção da sua real dimensão... Atualmente já são 22 bases espalhadas pelo Brasil!Abaixo postei algumas informações que estão disponíveis no site do Projeto TAMAR.O nome TAMAR foi criado a partir da contração das palavras “tartaruga marinha”. A abreviação se mostrou necessária no início dos anos 80, para a confecção das pequenas placas de metal utilizadas na identificação das tartarugas para estudos de biometria, monitoramento das rotas migratórias e etc.Desde então, o Projeto TAMAR passou a designar o Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, que é executado pelo ICMBio, através do Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisa das Tartarugas Marinhas (Centro TAMAR-ICMBio), órgão governamental; e pela Fundação Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisas das Tartarugas Marinhas (Fundação Pró-TAMAR), instituição não-governamental, de utilidade pública federal

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Direito dos animais


"Os animais não existem em função do homem, eles possuem uma existência e um valor próprios.Uma moral que não incorpore esta verdade é vazia.Um sistema jurídico que a exclua é cego."Tom Regan - Filósofo norte-americano, autor do livro "Jaulas Vazias"* * *O movimento de libertação animal é um movimento de justiça social e está destinadoa mudar a história da sociedade humana assim como outros movimentos de justiçasocial o fizeram.

Direito dos animais

conforme a Teoria Abolicionista de Gary L. Francione
1. Todos os seres capazes de sentir (seres sencientes), humanos ou não-humanos, têm um direito: o direito básico de não ser tratados como propriedade dos outros.
2. Nosso reconhecimento desse direito básico significa que devemos abolir, em vez de simplesmente regulamentar, a exploração institucionalizada dos animais -- porque ela pressupõe que os animais sejam propriedade dos humanos.
3. Assim como rejeitamos o racismo, o sexismo, a homofobia e o preconceito contra as pessoas por causa de sua idade, rejeitamos o especismo. A espécie de um ser senciente não é razão para que se negue a proteção a esse direito básico, assim como raça, sexo, idade ou orientação sexual não são razões para que a inclusão na comunidade moral humana seja negada a outros seres humanos.
4. Reconhecemos que não vamos abolir de um dia para o outro a condição de propriedade dos não-humanos, mas vamos apoiar apenas as campanhas e posições que promovam explicitamente a agenda abolicionista. Não vamos apoiar posições que reivindiquem supostas regulamentações “melhores” da exploração animal. Rejeitamos qualquer campanha que promova sexismo, racismo, homofobia ou outras formas de discriminação contra humanos.
5. Reconhecemos que o passo mais importante que qualquer um de nós pode dar rumo à abolição é adotar o estilo de vida vegano e educar os outros sobre o veganismo. Veganismo é o princípio da abolição aplicado à vida pessoal. O consumo de carnes (vaca, ave, pescado, etc), de laticínio, ovo e mel, assim como o uso de animais para roupas, entretenimento, pesquisa ou qualquer outro fim, são incompatíveis com a perspectiva abolicionista.
6. Reconhecemos a não-violência como o princípio norteador do movimento pelos direitos animais.
©2002 Gary L. Francione
Tradução: Regina Rheda
Visite também:

Difícil arte de ser mulher



Frei betto

Hours-concours em Cannes, um dos filmes de maior sucesso no badalado festival francês foi Ágora, direção de Alejandro Amenabar. A estrela é a inglesa Rachel Weiz, premiada com o Oscar 2006 de melhor atriz coadjuvante em O jardineiro fiel, dirigido por Fernando Meirelles.

Em Ágora ela interpreta Hipácia, única mulher da Antiguidade a se destacar como cientista. Astrônoma, física, matemática e filósofa, Hipácia nasceu em 370, em Alexandria. Foi a última grande cientista de renome a trabalhar na lendária biblioteca daquela cidade egípcia. Na Academia de Atenas, ocupou, aos 30 anos, a cadeira de Plotino. Escreveu tratados sobre Euclides e Ptolomeu, desenvolveu um mapa de corpos celestes e teria inventado novos modelos de astrolábio, planisfério e hidrômetro.
Neoplatônica, Hipácia defendia a liberdade de religião e de pensamento. Acreditava que o Universo era regido por leis matemáticas. Tais ideias suscitaram a ira de fundamentalistas cristãos, que, em plena decadência do Império Romano, lutavam por conquistar a hegemonia cultural.
Em 415, instigados por Cirilo, bispo de Alexandria, fanáticos arrastaram Hipácia a uma igreja, esfolaram-na com cacos de cerâmica e conchas e, depois de assassiná-la, atiraram o corpo a uma fogueira. Sua morte selou, por mil anos, a estagnação da matemática ocidental. Cirilo foi canonizado por Roma.
O filme de Amenabar é pertinente nesse momento em que o fanatismo religioso se revigora mundo afora. Contudo, toca também noutro tema mais profundo: a opressão contra a mulher. Hoje, ela se manifesta por recursos tão sofisticados que chegam a convencer as próprias mulheres de que esse é o caminho certo da libertação feminina.
Na sociedade capitalista, onde o lucro impera acima de todos os valores, o padrão machista de cultura associa erotismo e mercadoria. A isca é a imagem estereotipada da mulher. Sua autoestima é deslocada para o sentir-se desejada; seu corpo é violentamente modelado segundo padrões consumistas de beleza; seus atributos físicos se tornam onipresentes.
Onde há oferta de produtos – TV, internet, outdoor, revista, jornal, folheto, cartaz afixado em veículos, e o merchandising embutido em telenovelas – o que se vê é uma profusão de seios, nádegas, lábios, coxas etc. É o açougue virtual. Hipácia é castrada em sua inteligência, em seus talentos e valores subjetivos, e agora dilacerados pelas conveniências do mercado. É sutilmente esfolada na ânsia de atingir a perfeição.
Segundo a ironia da Ciranda da bailarina, de Edu Lobo e Chico Buarque, “procurando bem/ todo mundo tem pereba/ marca de bexiga ou vacina/ e tem piriri, tem lombriga, tem ameba/ só a bailarina que não tem”. Se tiver, será execrada pelos padrões machistas por ser gorda, velha, sem atributos físicos que a tornem desejável.
Abre-se a boca, deve falar de emoções, nunca de valores; de fantasias, e não de realidade; da vida privada e não da pública (política). E aceitar ser lisonjeiramente reduzida à irracionalidade analógica: “gata”, “vaca”, “avião”, “melancia” etc.
Para evitar ser execrada, agora Hipácia deve controlar o peso à custa de enormes sacrifícios (quem dera destinasse aos famintos o que deixa de ingerir...), mudar o vestuário o mais frequentemente possível, submeter-se à cirurgia plástica por mera questão de vaidade (e pensar que este ramo da medicina foi criado para corrigir anomalias físicas e não para dedicar-se a caprichos estéticos).
Toda mulher sabe: melhor que ser atraente, é ser amada. Mas o amor é um valor anticapitalista. Supõe solidariedade e não competitividade; partilha e não acúmulo; doação e não possessão. E o machismo impregnado nessa cultura voltada ao consumismo teme a alteridade feminina. Melhor fomentar a mulher-objeto (de consumo).
Na guerra dos sexos, historicamente é o homem quem dita o lugar da mulher. Ele tem a posse dos bens (patrimônio); a ela cabe o cuidado da casa (matrimônio). E, é claro, ela é incluída entre os bens... Vide o tradicional costume de, no casamento, incluir o sobrenome do marido ao nome da mulher.
No Brasil colonial, dizia-se que à mulher do senhor de escravos era permitido sair de casa apenas três vezes: para ser batizada, casada e enterrada... Ainda hoje, a Hipácia interessada em matemática e filosofia é, no mínimo, uma ameaça aos homens que não querem compartir, e sim dominar. Eles são repletos de vontades e parcos de inteligência, ainda que cultos.
Se o atrativo é o que se vê, por que o espanto ao saber que a média atual de durabilidade conjugal no Brasil é de sete anos? Como exigir que homens se interessem por mulheres que carecem de atributos físicos ou quando esses são vencidos pela idade?
Pena que ainda não inventaram botox para a alma. E nem cirurgia plástica para a subjetividade.
Frei Betto é escritor, autor de A arte de semear estrelas (Rocco), entre outros livros.