sábado, 28 de fevereiro de 2009


SOMOS DONO DO NOSSO DESTINO?

Texto de Geni Gomes Nogueira - 29/12/2006

É sabido por todos que cada um tem seu destino, mas que temos também em nossas mãos as rédeas da vida, porque a vida tem muita aspereza, se ganhamos também perdemos, principalmente nas nossas relações de amor, então colocar ternura na vida somos nós que colocamos.
Aprendemos muito quando sabemos observar e claro! refletir para avaliar melhor as diferenças. Ontem foi um desses dias típicos.
Conhecí melhor minha ajudante de 5 anos de convívio. É interessante que “sabemos” melhor sobre a pessoa quando conhecemos seu universo de vida, ou seja , onde mora, seu estilo de vida. A partir daí avaliamos o quão guerreira(o) é.
A vida por destino dá mais dificuldades para alguns: econômico, de saúde, no entanto por questões genéticas ou não, cada um reage a partir do que tem, mas com uma determinação bem personalizada.
Penso que é o nível que cada um se encontra aqui nesta existência, portanto não dá para julgar ninguém, mas deixar de admirar também não dá.
Em uma quinta feira, fui leva-la em sua casa em meu carro, marquei a quilometragem e deu 29 Km da minha casa à dela, mas sua rotina é tomar o ônibus com as dificuldades que todos sabemos, desde atraso até superlotação, tendo que na maioria das vezes viajar sem oportunidade de ter assento, para no mínimo chegar descansada para trabalhar o dia todo.
Acorda às 4:00 da manhã para chegar ao serviço ás 6:00. faz faxina em um academia até às 13:00 horas. Quando vem para minha casa trabalha de 13:30 às 17:00. Nunca durante este tempo ouvi reclamações, pelo contrário é um encontro alegre, ela gosta de dançar quando pode, sempre tem um caso interessante a me contar, e trabalha ouvindo música.
Está com toda dificuldade que imaginamos melhorando o local da moradia, planeja sua independência, ao começar uma construção de um cômodo para fazer seu comércio à frente da casa. Vai vender sanduíches. Me levou a querer escrever sobre sua história de vida, por isto estou eu aqui refletindo sobre mais uma Maria que na aspereza da vida está com sua esperança colocando ternura em sua existência.
Enquanto escrevia esta história o meu telefone toca. Era uma amiga que estava viajando e como a época entre natal e ano novo propicia as trocas de afetos, ela só agora está fazendo seus cumprimentos e desejos, o que é muito bom receber. Enfim o que queria avaliar é o fato deste telefonema ter me levado a refletir sobre mais uma atitude de vida que é o inverso em tudo do exposto acima.
Esta amiga me conta da bela viagem que fez indo para casa da irmã no RJ, ficando na Barra da Tijuca com toda aquela beleza de natureza e todo conforto, mas que sua anfitriã não tem animo de curtir a vida, fez suas caminhadas sozinha pelo calçadão da praia. Claro! Concluí, deve estar em baixa a saúde, o que é uma pena, afinal o estilo de vida é de tristeza, apesar de tudo que a vida lhe oferece. Pode ser que o querer dessa pessoa é que a vida lhe dê mais do que tem, esquecendo que a vida é de aspereza e nós é que temos que colocar a ternura para viver melhor. Enfim, não são os bens materiais que trazem felicidade, sabemos bem disso, mas se os temos, tirar proveito é estar com as rédeas do destino nas mãos para dar rumo melhor nesta caminhada da vida.
Igual a estas, existem várias história, que quando nos propomos a observar percebemos que se não somos donos do destino, temos ao menos o direito de escolher se queremos viver com mais tristeza ou alegria apesar de todas as dificuldades ou não que encontramos, não importa com ou sem saúde, com bens matérias ou sem eles. A ternura na vida nós é que colocamos.

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